A Inspiração

Em 2008, saí do Minas Tênis Clube, onde trabalhava como massagista esportivo, e abri uma loja de cabelos.

Alguns anos depois, uma jovem entrou na loja usando um turbante e começou a falar sobre a doença que enfrentava e a perda de cabelo, mostrando fotos do antes e do depois. Ela dizia que a perda capilar a afligia mais do que a própria doença.

Com lágrimas nos olhos, ela disse à atendente: “Não tenho condições de comprar uma peruca, mas, se pudesse, mandaria fazer uma com seus cabelos.”

Ao ouvir o relato, aproximei-me e pedi que medisse a cabeça da jovem. Ela questionou: “Por que medir? Não tenho como pagar a peruca!” Respondi: “Não se preocupe, nós vamos doar para você!” A jovem emocionou-se, abraçou-me chorando e disse não ter palavras para agradecer. Eu, por minha vez, senti-me imensamente feliz por poder ajudar aquela moça em um momento tão difícil.

Desde então, essa jovem passou a frequentar a loja com mais frequência. Observei que a peruca a havia revigorado, elevando sua autoestima. Ela começou a sorrir diante do espelho e ganhou força para continuar firme no tratamento. Algum tempo depois, ela me ligou para conversar pessoalmente. Combinamos um encontro na loja. Ao chegar, com os resultados em mãos, ela me abraçou e disse: “Ed, eu estou curada. Eu venci o câncer!”

O Chamado

Certa noite, às quatro horas da madrugada, estava de joelhos no meu quarto orando quando surgiu a ideia, como se alguém tivesse sussurrado em meus ouvidos: “Doar perucas!”

A partir daí, essa ideia começou a fazer parte da minha vida e comecei a desenvolvê-la. Viajei a São Paulo e me encontrei com um fornecedor, efetuando uma compra de 80 kg de cabelos. Pedi que fizessem perucas com todos eles.

Reservei 30% para despesas e 70% para doação. Quando você pratica o ato de doar com amor, o retorno é imensurável, mas para continuarmos precisamos de você!